Mercado de alimentos no Brasil vive uma dotomia Cresce em ritmo acelerado, mas esbarra em questões de estrutura e burocracia

O cenário macroeconômico aliado ao aumento na criação de vagas tem ajudado a indústria de alimentos a se tornar um mercado em ascensão no Brasil. A alta na renda da população tem elevado os índices de crescimento do setor no País e 2013 parece ser o cenário perfeito para esse mercado despontar para novos horizontes.

O Brasil é o segundo maior fornecedor no mercado mundial de alimentos em volume e caminha para alcançar os Estados Unidos nessa escalada. A economia brasileira dá sinais de otimismo, mas ainda falta uma política agrícola e de abastecimento de longo prazo para fixar esse forte alicerce nesta cadeia que tem números e cifras gigantes. Para ter uma dimensão desse cenário, o ramo de alimentação cresce hoje três vezes mais que o PIB nacional e das portas das indústrias brasileiras saem produtos que equivalem a 9% do PIB. O faturamento das empresas, conforme dados da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), somou R$ 383 bilhões no último ano e esse desempenho coloca o setor como o segundo maior em valor bruto de produção da indústria de transformação, atrás apenas do petroquímico.

Os números são otimistas, porém os desafios são maiores. Não basta encontrar soluções para compatibilizar o abastecimento do mercado interno com as demandas internacionais. É preciso discutir pontos importantes como câmbio, crédito, aspectos regulatórios, gargalos e burocracias que impedem um crescimento maior e deixam uma interrogação no futuro que esse mercado terá daqui a 10 ou 15 anos. Pressões de custo estão adiando o repasse da queda dos preços de alimentos no atacado para o consumidor. Além disso, há a questão do reajuste no frete, restrições da nova lei do caminhoneiro, desvalorização cambial e, por fim, a pressão da demanda decorrente desse aumento de renda que o brasileiro conquistou nos últimos anos.

Outro ponto importante é a falta de infraestrutura que ajude a desatar o nó logístico que vive o Brasil. Filas de caminhões carregados com produtos da nossa atual safra de grãos, por exemplo, foram vistos de Norte a Sul do País nas últimas semanas nos noticiários. O governo, por sua vez, não tem projetos imediatistas para aliviar a questão e diz que a atual safra é atípica, dado seu grande volume. Um pacote desenhado para ocupar ferrovias e portos só deve ser finalizado em cinco anos, se tudo correr conforme o planejado.

Mas o fato é que o Brasil foi, nos últimos anos, agraciado por muitos fatores e, apesar de tudo, hoje o otimismo no mercado brasileiro de alimentos é grande. Crescer organizadamente com estrutura digna e sustentável onde exista uma correlação entre todos os pontos desta cadeia é o grande desafio para todos.

Nessa queda de braços não há vencidos nem vencedores. Há uma busca incessante por resolver os gargalos do setor e trilhar um caminho de sucesso. Se por um lado vivemos essa dicotomia, de outro estão as companhias deste gigante mercado que apostam em inovação e estratégias diferenciadas para acertarem seus investimentos e conquistarem cada vez mais os consumidores brasileiros.

Não basta. Precisamos encontrar soluções para resolver todos os problemas do setor – do plantio à exportação – e torcer para que 2013 seja definitivamente um ano promissor para os envolvidos nesta cadeia. O primeiro passo nós daremos no 1º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, evento promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em que reuniremos os principais líderes empresariais, produtores e personalidades do setor público para discutir a importância estratégica da produção de alimentos e o papel do Brasil nesse contexto. É apenas o primeiro passo. Porém, se cada um fizer sua parte, vamos construir um longo caminho para preparar o presente e o futuro deste setor no Brasil.

(João Doria Jr., presidente do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais)

Fonte: DM

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